... " Quero dormir e sonhar
um sonho que em cor me afogue:
verdes e azuis de Renoir
amarelos de Van Gogh." ...
António Gedeão
(1956)
um sonho que em cor me afogue:
verdes e azuis de Renoir
amarelos de Van Gogh." ...
António Gedeão
(1956)
IDENTIFICAÇÃO DO DESTINATÁRIO
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Disciplina: alunos de Português
Ano: 8º
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ANALISE A IMAGEM EM FUNÇÃO DOS TÓPICOS QUE SEGUEM
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Tipo de imagem
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FotografiaNome: At the Dandora Dump
Autor: Micah Albert
Prémio:
World Press Photo - Contemporary Issues , 1º prémio -
2013
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Assunto
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A maior lixeira do mundo a 8 km de
Nairobi, capital do Quénia.
Iniciada em 1975, a lixeira deveria
ter sido encerrada após quinze anos de existência, segundo leis
internacionais. Continua a ser utilizada apesar de ter sido considerada
repleta em 2001.
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Elementos
que compõem a imagem
(contemplação
estética)
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Em primeiro plano, uma rapariga, de
boné, sentada sobre um saco de lixo segura um livro/revista.
A roupa que veste é andrajosa,
descoordenada e está suja.
À sua volta encontram-se mais sacos
cheios de lixo.
O solo não é visível, coberto de
vários tipos de resíduos espalhados.
Em segundo plano, atrás da mulher, uma
vegetação rasteira, amarelada, cobre a terra seca pejada de detritos.
Duas torres sobressaem na distância.
Como pano de fundo, o céu nubloso, em
tom de chumbo.
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Carga
simbólica
(empatia
estética)
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A imagem da
lixeira é repulsiva, um símbolo da degradação social do mundo contemporâneo:
o consumo excessivo, o desperdício; a falta de soluções para lidar com os
resíduos.
O chão
coberto de toda a espécie de lixo (tecido, plástico, papel, borracha, metal),
a ausência de luz e a vegetação amarelada e seca transmitem-nos o horror de
um planeta em vias de extinção.
A distância
relativamente a um qualquer centro civilizado, simbolizam a indiferença
perante o horror da poluição ambiental.
A serenidade
tranquila da rapariga que, indiferente à imundice do local, consegue apreciar
um livro ou revista, é o único sinal vivo na paisagem. As cores claras de
alguma da sua roupa fazem sobressair a sujidade da mesma. O facto de o saco
onde ela está sentada ser azul pode remeter-nos para a esperança e para o
pensamento, pois simboliza, muitas vezes, o ideal e o sonho. O ar descontraído
da jovem contrasta com o seu ar de pobreza e de miséria, reveladores de
carências de bens e serviços essenciais. É a imagem da exclusão social e da
desigualdade.
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Funções da
Imagem:
1.
Função estética
2.
Função referencial e descritiva:
3.
Função narrativa
4. Função
argumentativa
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1.
Há a
presença de um belo/horrível; do prazer e da repulsa; a fruição da serenidade
da jovem lendo, apesar do ambiente horrível que a rodeia.
2.
A função da
fotografia é provocatória. É um testemunho de acusação de uma realidade que
não deveria existir. A poluição à escala global, que vai destruindo a
natureza e colocando em risco o próprio Homem; a pobreza extrema dos que
vivem sem direitos, à margem da sociedade.
3.
É a
narrativa de uma sociedade global, que permite que lixeiras, como esta,
existam e sejam o modo de vida de alguns. Não é possível que o governo e a
sociedade estejam tão alheios a este problema que é de todos. Somos nós que
produzimos o lixo e devemos dar-lhe o destino adequado, de forma a preservar
os recursos naturais. A erradicação da pobreza e da fome é um dos objetivos
de Desenvolvimento do Milénio a cumprir até 2015.
4.
A imagem
pretende persuadir entidades políticas e sociais a enfrentarem esta realidade
e a tomar medidas que a erradiquem. É um apelo: mais do que normas, é necessário uma educação
ambiental, mais do que leis, é necessário atitude, mais do que portarias, é
necessário vontade.
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Relação do
facto com o seu modo de representação
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A fotografia captou o isolamento de
uma jovem, a sua aceitação tranquila do ambiente degradado que a rodeia; a
coleção de resíduos, onde predomina o tom cinzento e o preto da roupa, dos
sacos, do lixo, do céu, como metáfora de morte, de pobreza e miséria social. Convém
mencionar que a integração da figura feminina na lixeira propicia a expressão do dramatismo do tema e a transmissão de emoções fortes.
A fotografia é um manifesto contra a
poluição e a miséria social, a doença da economia global, à qual o seu autor
não será de todo indiferente.
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At the Dandora Dump