O vídeo e os filmes são tecnologias que vão
despertando algum interesse na prática docente, embora ainda de uma forma um
tanto incipiente.
São duas tecnologias acessíveis, potencialmente
motivadoras, capazes de captar facilmente o interesse dos alunos. A sua
introdução deve fazer-se de forma gradual, desde os primeiros anos, para que o
aluno crie o hábito de ler e entender esta forma de representação.
São múltiplos os seus benefícios. Segundo Carvalho
(1998), a experiência audiovisual exerce uma função informativa alternativa,
mais próxima da realidade, à medida que permite exemplificar conceitos
abstractos, ampliar concepções e pontos de vista, simplificar a compreensão da
realidade e estimular a reflexão sobre acontecimentos, a partir do contacto com
imagens.
Para que o vídeo e/ou o filme cumpra as suas funções a
nível educacional é necessário ter em atenção alguns pontos fundamentais. O
docente deve realizar uma
reflexão prévia que o leve a encontrar as razões que justifiquem a sua
utilização. Devem ser definidos os objectivos a atingir, de acordo com os conteúdos
do ensino e aprendizagem, como também do público. É também necessário depois de
ver e rever, "dissecar" e para isso precisamos de fornecer aos
estudantes ferramentas de apoio.
Ferrés (1998) define alguns critérios para a sua
utilização na sala de aula:
a) É necessário promover mudanças nas estruturas, isto
é, redefinir o olhar e o fazer pedagógico, os quais incorporam o audiovisual
como mero auxiliar na prática educacional quotidiana.
b) Como meio tecnológico, o vídeo não substitui o
docente, entretanto, pode promover mudanças na função pedagógica deste.
c) Para que haja um bom aproveitamento das
potencialidades do vídeo, é imprescindível que os docentes saibam fazer um bom
uso da utilização do meio.
d) Usar o vídeo como recurso audiovisual não significa
abandonar os meios didácticos tradicionais, porém, sugere um redireccionamento
da função destes. Um bom uso dos recursos didácticos na prática pedagógica –
seja de tecnologias avançadas ou tradicionais - deve levar em consideração as
condições e atributos de cada meio, a adequabilidade ao conteúdo e as
características dos alunos.
e) A inserção de um determinado audiovisual deve estar
voltada à impulsão do processo, tendo o aluno como centro. Caso contrário, o
vídeo torna-se um mero ilustrador do discurso do docente;
f) Nenhuma tecnologia é boa ou má por si só. A
eficácia e os resultados dependerão do uso que se fizer dela. Assim, também
ocorre com o vídeo: a sua eficácia educativa será directamente proporcional ao
uso que se fizer dele;
g) O uso coerente do vídeo - como recurso audiovisual
comprometido com a ruptura das práticas pedagógicas tradicionais - deve
centrar-se mais no processo e menos no produto. O docente que faz uso do vídeo
com essa consciência procura extrapolar a simples exibição de programas,
envolvendo o aluno para que este participe do processo, seja criando novos
materiais, seja interferindo de maneira criativa em materiais já existentes;
h) Como todo meio de comunicação, o vídeo tem uma
forma de expressão autónoma. Nesse sentido, pode-se inferir que a escola deve
determinar as funções de cada meio, de forma que estes estejam adequados aos
objectivos e ao funcionamento de sua lógica interna;
i) Quanto mais acesso o aluno tiver à tecnologia do
vídeo, no sentido de manipulá-la criativamente, pesquisar, fazer experiências
que permitam a descoberta de novas formas de expressão, maior será a eficácia
didáctica desse recurso.
“No
ensino pela imagem, esta deve ser instrumento de comunicação, de informação, e
conhecimento, de fator de motivação, de discurso, de ensinamento, meios de
ilustração da aula, utensílio de memorização e de observação do real”.
(Duborgel, 1992
Concluindo podemos dizer que, hoje em dia, o recurso à
imagem na sala de aula é extremamente importante, pois permite uma dinamização
criativa, inovadora e estimulante, promovendo a participação ativa dos alunos,
numa escola que se quer no século XXI.